martes, julio 04, 2006

Dos poemas portugueses

Duos corpos


Duas bocas descobrem
a claridade do desejo.

Em mim respira
a hora fugitiva
quando eu penso
em uma canção
do árvores e céu.

Duas bocas descobrem
a claridade do desejo.

Um idioma branco
e transparente
são teus olhos.

Duas bocas descobrem
a claridade do desejo.

O essencial do mim
está em seu corpo.
¿Cómo incendiar seu nudez?

Duas bocas descobrem
a claridade do desejo.

Os labios do ela olhan
minha boca.

Duos corpos descobrem
a claridade da nudez.




Assim


Na ferida aberta
do seu corpo meu corpo
é uma sombra.
Fala o porto,
falam os silêncios,
fala o rio,
fala minha face
de nós.

Quero ser otro
numa rua do mundo.
Fala o porto,
fala o rio.

Amanhã te direi as palabras:
chamo pátria ã o teu corpo
e o corpo late
na minha tristesa.
Fala minha face
de nós.

Nada mais delicado
que o teu coração
e o sabor das coisas.
Na ferida aberta
do teu corpo meu corpo
é uma sombra.
Assim.




Nota: estos dos breves poemas merecen una explicación. Los escribí para Giovanni Escalera, líder del grupo de música electrónica Sweetelectra, y aparecieron como letra de dos canciones del disco Lying to be sweet. El influjo de Lisboa es constante en ambos y quiero pensarlos como dos paisajes en homenaje a la ciudad. Sin proponérmelo aparecieron en ese rudimentario portugués y así decidí dejarlos. Aunque debo decir que me gustan mucho más sus versiones musicales.

1 comentario:

RodD dijo...

isto é belíssimo! O portugues com uma dicção do espanhol, o que é saboroso. O melhor?

Um idioma branco
e transparente
são teus olhos.

... isso é belissimo, repito! Vou ficar por aqui, lendo e relendo!